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Manifesto Inspirado

  Esperam de nós grandes atos, passeatas Para lançarem seus cães de aluguel Mas estaremos nas casas, falando, debatendo Apoiando e resistindo, à espera da hora certa. Esperam de nós como nos tempos passados, Mas sabemos: hoje é diferente, somos novos! Se aproveitam que tudo está nas redes, virtual e publica. Estaremos no particular de cada um, de um em um, coordenados. Novas atitudes teremos, sem que possam controlar. Esperam de nós raiva, fúria e caras pintadas, fechadas. Não seremos alvos de tiros, da borracha no olho, ódio no coração. Ninguém soltará a mão de ninguém, e todos dançaremos A mais bela canção da liberdade. Nisso hino. Somos todos necessários, do mais brando ao mais radical. Inspirados e inspirando, honrando cada qual sua função. Seremos o melhor da alma humana, no Mundo, no Brasil. Seremos para além de resistentes, motores inspiradores. Pois inspirar arrasta mais que convencer. Inspirar é ser o que a nação precisa, anseia. E não apenas dis...

Manifesto Altivo

  A hora é de fazer diferente, fazer junto e fazer melhor: Se controlam pela crise: nos enxergamos que não há crise. Se controlam pelo medo, mostraremos coragem inabalável. Se governam para poucos, somo a grande união dos pequenos. Se governam com o ódio, mostraremos amor e partilha. Se governam pelo dinheiro, seremos os valores impagáveis. Se governam com elites, mostraremos os dons da plebe rude. Se usam linguagem truncada, confusa, exagerada e má, falaremos de forma simples como o povo fala e entende. Se fecham a cara, abrimos o sorriso maroto. Se são ignorantes, somos um rincão de sapiência. Onde gritam, sussurramos com afagos. Se estão em uma bolha, estaremos em todo ar. Se prezam pelo império, seremos a cidadela fortificada. Pois se tudo que querem é poder e dinheiro, Queremos uns aos outros, a felicidade. Queremos mais e melhor, como nunca na história! E sabemos, não precisamos deles para tal, Pois entre nós teremos tudo que precisamos. Se precisam do arr...

Manifesto Forte

  Irão nos interceptar, estudar e captar nosso silêncio. Serão estrategicamente contraditórios para nós derrotar. Mudarão suas táticas para nos confundir, cooptar. Sem perceber, saberemos ser flexíveis, surpreendentes, Alterando nossa rota, sempre opostas as rotas deles. Onde não estão, estaremos. Onde estiverem, estaremos. Onde são queridos, seremos amados. Onde são temidos, seremos força. Onde são confusos, somos simples e óbvios. Onde são óbvios, seremos poesia. Eles serão ardilosos e nós seremos nós: Seremos jovens e rápidos, espertos e sorridentes. Seremos o que nos caberá ser a cada momento, Pragmáticos no agir, firmes no querer. Sangraremos, cairemos e sofreremos na alma, Mas não em vão, se o fizermos por nós, nosso bem, o bem de todos. Pois faremos.

23 de maio

  O beijo surgiu Num dia de frio Dia norte e sul Anil, azul, a mil Carinho de céu A dois em um Um, dois, fugiu Nosso encontro Nasceu inusitado Cresceu remediando Trajetos errados Seja eterno Enquanto dure Mais que o tempo De uma vida Ao teu lado!

Quando o Sol Nascer

  Quando o sol nascer Eu irei lá te ver Onde quiser estar Bem-estar Mas se o sol se pôr Todo meu rancor Lá no mar se vai Se esvai

Selencio Silício

  Silencio Silício Eu tento O mundo imaginado Passado Pesado A bolha Separa o ar gelado Me canso Do encanto Sinto tudo E era só boato Me cobram Me dobram Lados, tanques, Guerra e maus tratos Eu sumo Eu durmo Recolho A paz não é covarde Espera Me espera Eu volto Mais forte que a cidade

E Esse Cançasso?

  E se me cansar do reacionário? Cansar do sommelier de esquerda? Cansar do santo religioso? Cansar do ateu convicto? Que que tem? E se me cansar do ódio? Cansar do que fala e não faz? Cansar do que faz errado e ri? Cansar do que ri de tudo? Que que tem? Cansar do que diz que é? Do falso amigo? Do falso parente? Do falso profeta? Que que há? Deixa-me cansar! Deixa eu viver! Viver a loucura do óbvio, O incerto, o correto, O indecoroso respeito, O impiedoso silêncio, O afrontoso pensar, O proibido amar! Que que tem? Que que há?

Algo Ritmo

  Máquinas que me ouvem Parecem frias, mas enfim Máquinas interagem assim São assim programadas Manipuladas, sem vida E que cuidam de mim É verdade, fui isolado Algoritmo programado Por um capitalista teen Vende minha alma História, paz e calma Numa bolsa em Pequim Distraído, peço comida, Carro, sexo, pet, post Vida, drogas, Matrix, fim.

Vidas Conflito

  Vivo duas vidas Cinco vidas Oito se precisar Nenhuma vida sabe da outra E vez ou outra Tento eu disfarçar E fingem acreditar Uma no bar Outra no mar No labor ou casa, Liceu ou praça Material ou virtual Cada vida me traz Um prazer especial Cada uma das vidas me completa de certo Não se harmonizam Cada uma das vidas Me conforta o peito Mas não completam Deveria assumir uma Eu sei, mas tenho medo Pois uma apenas é finita Sendo assim incompleta Teria eu de ser adulto cedo? E viver a incompletude Sem culpar ninguém Ou cobrar de alguém Que por mim, mude? Deveria eu aprender Que sofrer é crucial Para poder crescer? Deveria eu experimentar Viver como os outros, amar? E deixar de autossabotar?

Vintilinhas

Solidão Solitude Sozinho Sonho ser Um ser imaginável Sonho ter alguém Sonho ser alguém Só eu sei Só, tem vez que O dia vira noite O doce azimute Aprazível Amigável Só, tem vez Que tento Ser amável E sou? Não sei… Tentei. Tentei.  

Mais Valor + Mais Valia

 Percebe qual o teu real valor Dá a ti mesmo teu real valor E avaliará, por bem O real valor que alguém Que por ti da ou dará

Classe Média

 Emergente classe média! Que por falta de empatia Afirma ser especialista Do que vive nem um dia Adora reunir-se em bando Praticando misantropia. Focada em manter status Não quer ser merecedora Do sofrimento miserável Daquela ralé trabalhadora Quem pede pão, leva selfie Ou tiro da metralhadora. Quando descobrirás Que o fino é ser gentil? Nada mais média Z que Um público classe A.

Sal na Terra

O sal na terra não aduba O sal na terra desidrata O sal na terra incomoda Faz a raiz ir além Faz a raiz ir a águas fundas Faz a raiz crescer Faz a planta crescer Faz a planta ir ao sol Faz a planta evoluir O sal da terra, a raiz crescer O sal da terra, a planta subir O sal da terra, sai da terra Faz ser maior, incomoda.

Ser ou Parecer

  Para alguns sou só de câncer para outros fui noutra vida para alguns sou só designer para outros casca de ferida Para alguns sou poeta para outras só musicista para alguns talvez atleta para outros, porco comunista Ninguém se arrisca ir além da timeline determinista? Ver quem realmente sou onde realmente estou Além do post, da foto, Há alguém. Sim há.  

Me derruba seu olhar

17/05/2006  Me derruba seu olhar. A beleza fina de seu olhar. Úmidos pela alegria de chorar ao ver uma atitude bela. Como a cera desce a acesa vela, reflete a vida singela e repensa o caminhar. Que belo é seu olhar!

Cara de pau!

24/04/2001   O mais corajoso mesmo na dor não tem coragem de demonstrar seu amor. E a coragem que tem vem do amor que enfrenta o medo e do receio de dizer: Amo você! E eu, cara de pau até sou, mas não sei dizer a alguém, que a amo como ninguém. Complexo poema, perplexo. Difícil é em minha face encobrir pois até sou bom ator, mas nunca disfarço o meu amor. Não mais como personagem assumo, arrisco e digo: amo até o infinito!

A real poética das coisas

03/01/2006  Observar a real poética das coisas. Faço minha toda palavra útil. Todo o ensinamento. O mecanismo da vida parece ser simples, porém com seus detalhes belos e sagazes. Parece único e funcional para tudo, mas peculiar em certos pontos. Conhecê-los é arte. Arte da cor, do som. Da voz e da visão... voz e violão. Mudando a nação. Alterar a constelação pela mão de um irmão. Criação de Deus, invenção da criação. Tudo é belo, pelo ângulo certo observado, pela real poética das coisas...

Cadeia alimentar

03/05/2006  Estamos rebelados! Não adianta pintar as paredes cinzas de cores alegres. O Verde foi arrancado, e aos poucos cobertos com poeira e cinzas de mártires. O céu acinzentado ficou no lugar do azul lindo que agora poluído clama nosso barro contaminado. O marrom que dá a vida agora mata nos poços sujos de lama. Estamos sitiados. Domina a rua uma minoria armada envolta com o crime organizado. Enfrentam a lei, a polítia e deixam um rastro do inocente sangue avermelhado. Que é trocado pelo pão que não temos e pelo leite pasteurizado. Química, química, química contra o trabalho de quem plantou. Cores em nosso prato. O pouco que temos, comemos com tóxicos contra bichos. Insetos multicoloridos que Deus cria não podem somente morrer sem desequilibrar a colorida cadeia alimentar.

Quem esvazia nossas mesas?

03/05/2006  Da cozinha molecular, auto-ajuda, meditar. Pra fugir e se isolar de uma vida vulgar. E nós em nosso desdém, Deus não ouve ninguém. Nesse mísero semi-amém qualquer um é superman. E o construtivismo. Companheiro ou consumismo, verde-amarelo do racismo, entre o poder, o oliva e o cinismo. Mas quem nos dá asas? Que entra em nossas casas? Esvazia nossas mesas? E apaga nossas brasas? Energético, antimonotonia, antidepressivo, academia, lipoaspiração e a estria. Contra o nosso pão nosso de cada dia.

Não me delete

03/05/2006  Não me delate nem me delete de seu mundo, não. Por pouco pecado ou por um erro listado. Não, sem perdão. Pois o ódio se esconde na entranha do amor que sentes. Eleva a intolerância e toda a mágoa. A dor transcende. Quem não larga o osso da arrogância. Quem só leva a sério a brincadeira. Quem parte para a ignorância e que esvazia o amor por besteira. Deixa de ser tão intolerante. Deixa de lado essa frieza. Deixe de ser tão inconstante. Deixa pra lá essa fraqueza.

Bolei esta alegre sina

17/05/2006  Bolei esta alegre sina, que nos infla e desatina. A dor que não arde de Camões. Dor de cócegas, risos e paz que faz em nossos corações.

Manifesto da Alegria

02/06/2006   Vamos amigos. Colecionar amigos, com sorrisos nas dores do dia-a-dia. Com harmonia, paz e poesia é que se faz um dia a frente, que lá atrás deveria. Alegria, alegria! Apesar do mal, ser bom a toda gente, sem olhar a quem. Ser sorriso por todo o sempre, tudo que é ruim está fora do trem. Amém amém! Me preocupar com todos sem o troco vir a mim. Quem ajuda a quem se ajuda, ajuda a si. Gentileza em gentileza com certeza faz um mundo feliz, Bis, Bis. Se me sobra pra beber, me sobra pra ceder A quem na mesa do bar ou em qualquer lugar for e precisar. Quem sabe alguém possa perder assim sua dor e se alegrar. No amor, amor.

Desafiando situação

29/10/2006   Para mim todo brasileiro deveria ganhar dinheiro. Que no final de um ano inteiro pudesse se sustentar. E ao menos um carro novo comprar. Que em saúde e alimentação sejam plenos, E a erradicação da fome, doenças e maldição, nem passassem e nem saíssem da preocupação de ser pleno para viver sempre e mais. Que a segurança fosse limpa, que na rua em paz a criança brinca, e no crime não tivesse oportunidade, se pela via do trabalho e dignidade, ela cresceria pela paz e com a paz. Que o menino não fosse pobre, mas sábio desde pequeno. Aos 7 anos lendo e escrevendo, interpretando e calculando, para aos 16 ser alguem pleno. Que o mais pobre tenha muito mais do que simplesmente o que comer. Mas que tenha acesso a tudo que provem de seu trabalho, que pertence a ele, a sua nação. Dignidade não é pouco não.

Trova de amor

23/11/2006 A fluidez de seus lábios dentre os meus me fazem pensar, o quanto heróico fui de te conquistar. O quanto herói serei de te cuidar e quão herói serei de fazer me amar. Porque só tua voz neste dia lindo, faz brilhar mais o céu donde a luz vem colorindo, de onde o sol jorra o mel, florindo. Mel que adoça nossas vidas e que nos alegra e que conduz a um trecho sem despedidas. Um sonho que se traduz.

Revolução e Comunhão

27/11/2006   Dizem que o pai morreu, dizem que o soberano morreu, dizem que Deus também morreu. Mentira. Nossa alma não morre assim. Nos colocam à margem da inspiração, à margem de um mundo sem dó. O próprio um mundo cão. Tiram nossas bases morais e sociais, tentam nos injetar pensamentos letais, que nos tornam animais boçais. Manipuláveis. Caminhamos para o individualismo, nada de solidariedade, de sonho, muito menos ativismo. Miseráveis! Fomos comprados pelo dinheiro e poder dos poucos de um chiqueiro. Um mundo fétido, sem amor ou perdão. Agora, sonhamos em ser redimidos, pois nossas mentes já sabem o que é que nos torna fracos, fragilizados. Não nos esquivaremos, nem nos prostraremos. Seremos felizes na contramão, na comunhão.

Comunidade anônima

27/11/2006   Busque nos detalhes a poesia Faça do simples a sua liturgia.C olecione as alegrias, b usque a real poética de todas as coisas.  Neste mundo, conviva como quem sonha construa a Comunidade Anônima

Zé doce, Zé amargo

29/11/2006   Ele trata todos bem. Sempre alegre, Sempre de bem. Mesmo solitário, Segue solidário. Esse é o Zé. Que não tem nada de mané. Pensa, com a nêga se casar, não para dominar. Mas família crescer. Tenta ser justo, preza pela verdade. Junta os amigos na humildade. Com dignidade. Escreve uns lances, pinta umas cores, faz um som e espanta as dores. Espalha sorriso. Mesmo com um passado triste. com uma mãe doente, com um pai velho, um irmão inconseqüente. O Zé, doce, segue em frente. Trata bem as mulheres, cumprimenta os camaradas, respeita as crianças, é solícito como velhos. Grita pelo time. Ama sua família. Gosta de ser bom, de graça assim por ser. Nunca reclama e acredita que o amanhã pode melhorar. Mas tem que se cuidar... Pois sabe que tem gente que não gosta dele, que tem medo dele, que tem inveja dele, que acha ele meio viado. Boca mole, vida dura. Água fria, balde de amargura. E o Zé segue. Na sua. Ainda acredita na bondade, convicto, mesmo assim. do ser hum...

Saudade

07/01/2007 Pensando No passado Recente Presente Perguntando Por que? Pessoas Passeios Parentes Pernoites Perfumes Tios Primos Amores Recheios Recreio Receio Prometo E creio Em breve Reviver

Guerra e Guerreiro

04/04/2007 Mostra tua força guerreiro e  faz justiça por onde for. Mostra tua gana guerreiro e s e esmere pelo bem, por favor. Altivez e serenidade guerreiro.  Para encarar de frente nos olhos e  evitar o golpe do injusto faceiro.  Que se esconde dos males, seus próprios. É pra crer  e ter fé   e viver, sem temer, nem rancor, nem furor  o que há   de suceder. P ois quem vai  nos guiar  sempre, é quem   nos ama até o fim. Mostra tua garra guerreiro p ra fazer o pobre crescer.  Ajudar quem precisa ajudar e  negar a quem precisa aprender. Mostra também seu amor e ternura.  Pois guerreiro também tem por alguém, vontade de ação.

Caminho sem fim

Caminho sem fim Sem volta nem perdão Brasileiro vem e vai Interior a capital Perdendo a moral Caminhando solidão Subúrbio ao centro Sem sorte assim A morte sem fim Golpe vem a mim Sem sossego Sem emprego Nem dindim

Verdade vaidade

Mascara a verdade o rímel de maldade . V ende escondida a beleza e pureza dela, a beldade. Distraem os povos, somem os fatos, engolem os ratos, ficam os sapos, terminam em pizzas, vemos os circos e ganhamos pão:  q uieto, calado. Se mantém. Situação. Cai víbora, já é tarde. Aquela que esconde a realidade. Faça-se a luz, desfaça-se iniquidade.  O golpista rezou e m Brasília, 19h00   da tarde, foi pra Papuda, encontrar a realidade.

Atlântica

20/02/2007 Ipê roxo amarelo Ipê amarelo  Estrada longa verde mata atlântica Colorida paisagem F ique assim verde selvagem Reggae nativo lirio branco solta o som amizade Povo bom da peste da ribeira contraste e sonhar:  Deixa o menino jogar ô ia ia

Sentado como uma cedilha

22/02/2007 Nos sentimos como uma cedilha. Você sabe o que é uma cedilha? Ela é uma letra ou um C acentuado pra baixo? E aquilo lá é acento? O C de cidadão vira cedilha quando tá acentuado, assentado, imóvel. Aí perde a identidade... Tem som de S, de Ser, mas sem identidade, não é nada... Cidadão tem um só acento que é o til, que nem acento é... e o que é? Poucos sabem... Mesmo o cidadão, tem pouca identidade e sabe pouco de si mesmo. Pois é... me chamam de tio nos faróis e me fazem lembrar que além de escravo, sou algoz, mas não parente (nem entre parênteses). Mesmo sabendo que não sei o que sou, como uma cedilha também não sabe. Viajem, né? Mas ninguém sabe o que é. E essa situação, que o mudar inflama em mim: mudança! Se não sei quem sou, posso mudar quando quiser? É uma luz! No final desta mudança está lá... A luz no fim do túnel? Não, a bendita cedilha. Uma letra que não é letra. Não sabe o que é. Um C que de cidadão que não tem nada, pois está acentuado para baixo, assentado, imó...

Dia da visita

06/04/2007   Eu vou louvar a vida de meu pai n uma canção assim bonita. T enho certeza que ela vai t razer ao mundo mais amor. Quando teve terra, era roceiro. Foi jardineiro, beato e pedreiro .  Ele já foi gerente sábio, padeiro,  b alconista, caixa e cacheiro. Já alugou casa, vendeu carro.  Vendeu dólar, virou investidor. Patrão ou empregado assalariado.  Sem passar fome sempre trabalhou. Foi motorista, camelô , f axineiro e doutor .  E agora aos setenta , a posentado por favor!

Velho num instante

Passa pela mente, em um breve instante, que tudo que se viveu, de repente, possa não ter sido melhor. Passa pela mente, nesse mesmo instante, que daqui pra frente, se tiver outra chance, serei assim, também melhor. Fracasso num instante, ganho no seguinte e assim, sigo adiante. Porém uma pausa de segundos. Um momento de fraqueza, da saúde, da alma, do corpo, do todo e se percebe que a vida é por um fio. Que o relógio conspira sempre contra, em sua ditadura temporal. E o arrependimento de não ter sido melhor, maior, mais forte, dócil ou amigo. Se tiver assim, uma nova chance, tentarei ser melhor... Pois é inigualável a beleza da vida, nos seus detalhes sutis. Imperceptíveis. E quantos já deixei passar por entre os olhos? Muitos. No pouco que me resta, mesmo no auge da juventude, prometo a mim mesmo não perdê-los por nada. Prometo não usar relógios, viver à toa. E não fazer promessas...

O baque

E o Ritmo de uma África Melodia de mãe europeia Harmonia do índio ou oriental Veio tudo parar no meu quintal! E o que faço com tudo isso? Uma letra irada! Um poema do mundo Canto  n o baque de virada Tambores soam na África Cordas na mãe europeia Suor e sangue do índio meridional Sempre a dançar no meu solo: Brasil!

Contradição de ser ruim

Contradição que se faz No mundo de ser ruim Em troca de uma falsa paz Que facilmente vem a mim Conforme um alheio querer Que hoje me obrigam Sem saída a aceitar Sem opção, faço só  Questionar

Os Mercadores

E Reza, ó povo A Fé no novo Grito fervoroso Dízimo, pão e só Dízimo hoje é ovo Dízimo de novo Dízimo e só Morrendo de dó Pedindo pão Na esquina E vai usar estricnina Da fé  Morfina  Da dor  Torpor E só.

Mastiga do pedra, o peão

Havia uma pedra no meu caminho.  No meu caminho, havia um caminhão.  Pau de arara lotado de menino.  Mais uma pedra no meu feijão. Quebra nozes. Tiradentes. Dei a pedra nome e função:  c ome pai, mãe e parentes. Pedra só pesa no saco, fração. Ignoro assim, pois a fome torce,  i gnora, me desvia a atenção. Menino roça, volta e dorme.  Pensando na hora da pedra, d emora a comer, jaca e mamão. Se concede assim o patrão,  e squece da vida na hora.  Mastiga no caminho a pedra,  i gnora e engole com feijão. Havia uma pedra pelo caminho.  Sapato furado de quem ganha o pão.

Caminhando contra o ventre

O Pobre desfalece Socialaite enriquece O Mundo se divide O Povo empobrece É Vassalo   Sem Senhor   Sim senhor De pó, vendedor Foi cidadão desemprego De migrante sem dinheiro A bicha e bicheiro Um mero maconheiro Se desliga no torpor Sobra, cheira só o pó Vende, enriquece e só Disfarça, vira pastor E parou de mendigar Tem dinheiro pra lavar Ou o dízimo arrecadar   Ou tráfico a dizimar   Segue ele, pertinente Caminhando contra o ventre É vício sem dó   Tem dólares do pó   Sustenta até a avó   Mas atado como nó   E dança, como forró Ou salva-se na fé? Prossegue sem os seus Sozinho na pior