Postagens

Me derruba seu olhar

17/05/2006  Me derruba seu olhar. A beleza fina de seu olhar. Úmidos pela alegria de chorar ao ver uma atitude bela. Como a cera desce a acesa vela, reflete a vida singela e repensa o caminhar. Que belo é seu olhar!

Cara de pau!

24/04/2001   O mais corajoso mesmo na dor não tem coragem de demonstrar seu amor. E a coragem que tem vem do amor que enfrenta o medo e do receio de dizer: Amo você! E eu, cara de pau até sou, mas não sei dizer a alguém, que a amo como ninguém. Complexo poema, perplexo. Difícil é em minha face encobrir pois até sou bom ator, mas nunca disfarço o meu amor. Não mais como personagem assumo, arrisco e digo: amo até o infinito!

A real poética das coisas

03/01/2006  Observar a real poética das coisas. Faço minha toda palavra útil. Todo o ensinamento. O mecanismo da vida parece ser simples, porém com seus detalhes belos e sagazes. Parece único e funcional para tudo, mas peculiar em certos pontos. Conhecê-los é arte. Arte da cor, do som. Da voz e da visão... voz e violão. Mudando a nação. Alterar a constelação pela mão de um irmão. Criação de Deus, invenção da criação. Tudo é belo, pelo ângulo certo observado, pela real poética das coisas...

Cadeia alimentar

03/05/2006  Estamos rebelados! Não adianta pintar as paredes cinzas de cores alegres. O Verde foi arrancado, e aos poucos cobertos com poeira e cinzas de mártires. O céu acinzentado ficou no lugar do azul lindo que agora poluído clama nosso barro contaminado. O marrom que dá a vida agora mata nos poços sujos de lama. Estamos sitiados. Domina a rua uma minoria armada envolta com o crime organizado. Enfrentam a lei, a polítia e deixam um rastro do inocente sangue avermelhado. Que é trocado pelo pão que não temos e pelo leite pasteurizado. Química, química, química contra o trabalho de quem plantou. Cores em nosso prato. O pouco que temos, comemos com tóxicos contra bichos. Insetos multicoloridos que Deus cria não podem somente morrer sem desequilibrar a colorida cadeia alimentar.

Quem esvazia nossas mesas?

03/05/2006  Da cozinha molecular, auto-ajuda, meditar. Pra fugir e se isolar de uma vida vulgar. E nós em nosso desdém, Deus não ouve ninguém. Nesse mísero semi-amém qualquer um é superman. E o construtivismo. Companheiro ou consumismo, verde-amarelo do racismo, entre o poder, o oliva e o cinismo. Mas quem nos dá asas? Que entra em nossas casas? Esvazia nossas mesas? E apaga nossas brasas? Energético, antimonotonia, antidepressivo, academia, lipoaspiração e a estria. Contra o nosso pão nosso de cada dia.

Não me delete

03/05/2006  Não me delate nem me delete de seu mundo, não. Por pouco pecado ou por um erro listado. Não, sem perdão. Pois o ódio se esconde na entranha do amor que sentes. Eleva a intolerância e toda a mágoa. A dor transcende. Quem não larga o osso da arrogância. Quem só leva a sério a brincadeira. Quem parte para a ignorância e que esvazia o amor por besteira. Deixa de ser tão intolerante. Deixa de lado essa frieza. Deixe de ser tão inconstante. Deixa pra lá essa fraqueza.

Bolei esta alegre sina

17/05/2006  Bolei esta alegre sina, que nos infla e desatina. A dor que não arde de Camões. Dor de cócegas, risos e paz que faz em nossos corações.

Manifesto da Alegria

02/06/2006   Vamos amigos. Colecionar amigos, com sorrisos nas dores do dia-a-dia. Com harmonia, paz e poesia é que se faz um dia a frente, que lá atrás deveria. Alegria, alegria! Apesar do mal, ser bom a toda gente, sem olhar a quem. Ser sorriso por todo o sempre, tudo que é ruim está fora do trem. Amém amém! Me preocupar com todos sem o troco vir a mim. Quem ajuda a quem se ajuda, ajuda a si. Gentileza em gentileza com certeza faz um mundo feliz, Bis, Bis. Se me sobra pra beber, me sobra pra ceder A quem na mesa do bar ou em qualquer lugar for e precisar. Quem sabe alguém possa perder assim sua dor e se alegrar. No amor, amor.

Desafiando situação

29/10/2006   Para mim todo brasileiro deveria ganhar dinheiro. Que no final de um ano inteiro pudesse se sustentar. E ao menos um carro novo comprar. Que em saúde e alimentação sejam plenos, E a erradicação da fome, doenças e maldição, nem passassem e nem saíssem da preocupação de ser pleno para viver sempre e mais. Que a segurança fosse limpa, que na rua em paz a criança brinca, e no crime não tivesse oportunidade, se pela via do trabalho e dignidade, ela cresceria pela paz e com a paz. Que o menino não fosse pobre, mas sábio desde pequeno. Aos 7 anos lendo e escrevendo, interpretando e calculando, para aos 16 ser alguem pleno. Que o mais pobre tenha muito mais do que simplesmente o que comer. Mas que tenha acesso a tudo que provem de seu trabalho, que pertence a ele, a sua nação. Dignidade não é pouco não.

Trova de amor

23/11/2006 A fluidez de seus lábios dentre os meus me fazem pensar, o quanto heróico fui de te conquistar. O quanto herói serei de te cuidar e quão herói serei de fazer me amar. Porque só tua voz neste dia lindo, faz brilhar mais o céu donde a luz vem colorindo, de onde o sol jorra o mel, florindo. Mel que adoça nossas vidas e que nos alegra e que conduz a um trecho sem despedidas. Um sonho que se traduz.

Revolução e Comunhão

27/11/2006   Dizem que o pai morreu, dizem que o soberano morreu, dizem que Deus também morreu. Mentira. Nossa alma não morre assim. Nos colocam à margem da inspiração, à margem de um mundo sem dó. O próprio um mundo cão. Tiram nossas bases morais e sociais, tentam nos injetar pensamentos letais, que nos tornam animais boçais. Manipuláveis. Caminhamos para o individualismo, nada de solidariedade, de sonho, muito menos ativismo. Miseráveis! Fomos comprados pelo dinheiro e poder dos poucos de um chiqueiro. Um mundo fétido, sem amor ou perdão. Agora, sonhamos em ser redimidos, pois nossas mentes já sabem o que é que nos torna fracos, fragilizados. Não nos esquivaremos, nem nos prostraremos. Seremos felizes na contramão, na comunhão.

Comunidade anônima

27/11/2006   Busque nos detalhes a poesia Faça do simples a sua liturgia.C olecione as alegrias, b usque a real poética de todas as coisas.  Neste mundo, conviva como quem sonha construa a Comunidade Anônima

Zé doce, Zé amargo

29/11/2006   Ele trata todos bem. Sempre alegre, Sempre de bem. Mesmo solitário, Segue solidário. Esse é o Zé. Que não tem nada de mané. Pensa, com a nêga se casar, não para dominar. Mas família crescer. Tenta ser justo, preza pela verdade. Junta os amigos na humildade. Com dignidade. Escreve uns lances, pinta umas cores, faz um som e espanta as dores. Espalha sorriso. Mesmo com um passado triste. com uma mãe doente, com um pai velho, um irmão inconseqüente. O Zé, doce, segue em frente. Trata bem as mulheres, cumprimenta os camaradas, respeita as crianças, é solícito como velhos. Grita pelo time. Ama sua família. Gosta de ser bom, de graça assim por ser. Nunca reclama e acredita que o amanhã pode melhorar. Mas tem que se cuidar... Pois sabe que tem gente que não gosta dele, que tem medo dele, que tem inveja dele, que acha ele meio viado. Boca mole, vida dura. Água fria, balde de amargura. E o Zé segue. Na sua. Ainda acredita na bondade, convicto, mesmo assim. do ser hum...

Saudade

07/01/2007 Pensando No passado Recente Presente Perguntando Por que? Pessoas Passeios Parentes Pernoites Perfumes Tios Primos Amores Recheios Recreio Receio Prometo E creio Em breve Reviver

Guerra e Guerreiro

04/04/2007 Mostra tua força guerreiro e  faz justiça por onde for. Mostra tua gana guerreiro e s e esmere pelo bem, por favor. Altivez e serenidade guerreiro.  Para encarar de frente nos olhos e  evitar o golpe do injusto faceiro.  Que se esconde dos males, seus próprios. É pra crer  e ter fé   e viver, sem temer, nem rancor, nem furor  o que há   de suceder. P ois quem vai  nos guiar  sempre, é quem   nos ama até o fim. Mostra tua garra guerreiro p ra fazer o pobre crescer.  Ajudar quem precisa ajudar e  negar a quem precisa aprender. Mostra também seu amor e ternura.  Pois guerreiro também tem por alguém, vontade de ação.

Caminho sem fim

Caminho sem fim Sem volta nem perdão Brasileiro vem e vai Interior a capital Perdendo a moral Caminhando solidão Subúrbio ao centro Sem sorte assim A morte sem fim Golpe vem a mim Sem sossego Sem emprego Nem dindim

Verdade vaidade

Mascara a verdade o rímel de maldade . V ende escondida a beleza e pureza dela, a beldade. Distraem os povos, somem os fatos, engolem os ratos, ficam os sapos, terminam em pizzas, vemos os circos e ganhamos pão:  q uieto, calado. Se mantém. Situação. Cai víbora, já é tarde. Aquela que esconde a realidade. Faça-se a luz, desfaça-se iniquidade.  O golpista rezou e m Brasília, 19h00   da tarde, foi pra Papuda, encontrar a realidade.

Atlântica

20/02/2007 Ipê roxo amarelo Ipê amarelo  Estrada longa verde mata atlântica Colorida paisagem F ique assim verde selvagem Reggae nativo lirio branco solta o som amizade Povo bom da peste da ribeira contraste e sonhar:  Deixa o menino jogar ô ia ia

Sentado como uma cedilha

22/02/2007 Nos sentimos como uma cedilha. Você sabe o que é uma cedilha? Ela é uma letra ou um C acentuado pra baixo? E aquilo lá é acento? O C de cidadão vira cedilha quando tá acentuado, assentado, imóvel. Aí perde a identidade... Tem som de S, de Ser, mas sem identidade, não é nada... Cidadão tem um só acento que é o til, que nem acento é... e o que é? Poucos sabem... Mesmo o cidadão, tem pouca identidade e sabe pouco de si mesmo. Pois é... me chamam de tio nos faróis e me fazem lembrar que além de escravo, sou algoz, mas não parente (nem entre parênteses). Mesmo sabendo que não sei o que sou, como uma cedilha também não sabe. Viajem, né? Mas ninguém sabe o que é. E essa situação, que o mudar inflama em mim: mudança! Se não sei quem sou, posso mudar quando quiser? É uma luz! No final desta mudança está lá... A luz no fim do túnel? Não, a bendita cedilha. Uma letra que não é letra. Não sabe o que é. Um C que de cidadão que não tem nada, pois está acentuado para baixo, assentado, imó...

Dia da visita

06/04/2007   Eu vou louvar a vida de meu pai n uma canção assim bonita. T enho certeza que ela vai t razer ao mundo mais amor. Quando teve terra, era roceiro. Foi jardineiro, beato e pedreiro .  Ele já foi gerente sábio, padeiro,  b alconista, caixa e cacheiro. Já alugou casa, vendeu carro.  Vendeu dólar, virou investidor. Patrão ou empregado assalariado.  Sem passar fome sempre trabalhou. Foi motorista, camelô , f axineiro e doutor .  E agora aos setenta , a posentado por favor!

Velho num instante

Passa pela mente, em um breve instante, que tudo que se viveu, de repente, possa não ter sido melhor. Passa pela mente, nesse mesmo instante, que daqui pra frente, se tiver outra chance, serei assim, também melhor. Fracasso num instante, ganho no seguinte e assim, sigo adiante. Porém uma pausa de segundos. Um momento de fraqueza, da saúde, da alma, do corpo, do todo e se percebe que a vida é por um fio. Que o relógio conspira sempre contra, em sua ditadura temporal. E o arrependimento de não ter sido melhor, maior, mais forte, dócil ou amigo. Se tiver assim, uma nova chance, tentarei ser melhor... Pois é inigualável a beleza da vida, nos seus detalhes sutis. Imperceptíveis. E quantos já deixei passar por entre os olhos? Muitos. No pouco que me resta, mesmo no auge da juventude, prometo a mim mesmo não perdê-los por nada. Prometo não usar relógios, viver à toa. E não fazer promessas...

O baque

E o Ritmo de uma África Melodia de mãe europeia Harmonia do índio ou oriental Veio tudo parar no meu quintal! E o que faço com tudo isso? Uma letra irada! Um poema do mundo Canto  n o baque de virada Tambores soam na África Cordas na mãe europeia Suor e sangue do índio meridional Sempre a dançar no meu solo: Brasil!

Contradição de ser ruim

Contradição que se faz No mundo de ser ruim Em troca de uma falsa paz Que facilmente vem a mim Conforme um alheio querer Que hoje me obrigam Sem saída a aceitar Sem opção, faço só  Questionar

Os Mercadores

E Reza, ó povo A Fé no novo Grito fervoroso Dízimo, pão e só Dízimo hoje é ovo Dízimo de novo Dízimo e só Morrendo de dó Pedindo pão Na esquina E vai usar estricnina Da fé  Morfina  Da dor  Torpor E só.

Mastiga do pedra, o peão

Havia uma pedra no meu caminho.  No meu caminho, havia um caminhão.  Pau de arara lotado de menino.  Mais uma pedra no meu feijão. Quebra nozes. Tiradentes. Dei a pedra nome e função:  c ome pai, mãe e parentes. Pedra só pesa no saco, fração. Ignoro assim, pois a fome torce,  i gnora, me desvia a atenção. Menino roça, volta e dorme.  Pensando na hora da pedra, d emora a comer, jaca e mamão. Se concede assim o patrão,  e squece da vida na hora.  Mastiga no caminho a pedra,  i gnora e engole com feijão. Havia uma pedra pelo caminho.  Sapato furado de quem ganha o pão.

Caminhando contra o ventre

O Pobre desfalece Socialaite enriquece O Mundo se divide O Povo empobrece É Vassalo   Sem Senhor   Sim senhor De pó, vendedor Foi cidadão desemprego De migrante sem dinheiro A bicha e bicheiro Um mero maconheiro Se desliga no torpor Sobra, cheira só o pó Vende, enriquece e só Disfarça, vira pastor E parou de mendigar Tem dinheiro pra lavar Ou o dízimo arrecadar   Ou tráfico a dizimar   Segue ele, pertinente Caminhando contra o ventre É vício sem dó   Tem dólares do pó   Sustenta até a avó   Mas atado como nó   E dança, como forró Ou salva-se na fé? Prossegue sem os seus Sozinho na pior

Divido o Brasileiro

O Mineiro O Baianeiro O Paraneiro O Matogrosseiro O Brasileiro  Deve dinheiro pro estrangeiro

Graal no inferno

Tem padre missionário Tem padre vigário Tem padre dançarino Tem padre literário Tem padre no balcão Tem padre maçom Tem padre famoso Tem padre muito pomposo Tem padre pastor Tem padre evangelista Tem padre senhor Tem padre senhorita E o inferno deve estar cheio de padre Brinda lá com o cálice o que erra com a fé Que abusa do povo e invade o coração do simples com o pé E gente que ensina a verdade cadê? Padre, pastor, presbítero cadê? Que ensine a verdade sem pudor Com coragem, mostra verdade, amor

Morte em vida do homem cão

Ao nascer, mordeu o cordão umbilical. Ao invés de chorar, bateu no doutor. Foi crescendo. A mãe não agüentava de vergonha. Ainda criança bebia e usava mais do que maconha. Seu pai se matava de trabalhar. Não havia arroz que desse conta da larica do moleque comilão. Na adolescência destruía corações. Humilhava os poucos amigos, maltratava as suas paixões. Na fase adulta não parava com mulher. Ninguém suportava o veneno do mane O tempo foi passando e ele foi amargurando a estricnina, o próprio fel. Nem um pouco se arrependia e achava sempre boa a perfídia que fazia. Ao morrer não teve ninguém que levasse seu caixão. Os vermes do cemitério se encarregaram da função. A seis palmos, não a sete, foi enterrado. Fazendo menção Belzebu, a tudo que fizera quando encarnado.

Ser consumo

Se temos vício por consumo é velha herança  Nos matamos cedo em química Sabores desde a infancia Nos maltratamos por impulso de sucesso e liderança Seguimos moldes da sociedade Suicídio, auto-vingança Nunca vemos o outro como a nós, com esperança Nem a mãe natureza como imagem e semelhança Não escolhemos ser tão puros como éramos quando criança

Natu-resta pouco

Casas tinham árvores na frente, o jardim agora é garagem. As pernas atrofiam, carros pintados de verde, forjam. A natureza metal, o animal dito racional se aniquila aos poucos. Homeopatia. Tentando ver como seria uma realidade plástica e virtual. Fruto da curiosidade sem fim. As avenidas sem bulevares. As estradas sem os bons ares. E o mato rejeitado insiste pelas rachaduras da cidade.

Dos comuns

Estou no meu próprio presente. Estou itinerante, fico constante e plenamente. Fico estonteante, impaciente. Por um instante, penso, sinto. Estou no futuro de alguns. Não muitos, nem importantes. Dos comuns.  Aqueles sem nada especial, mas com essência. Com alma, com calma, elegância. Estou no passado de muita gente.  Esquecido, parado, inconsciente.  Abraço apertado, riso estridente. O sóbrio, o bêbado, o entorpecente. 

Sou capital?

Fugir da regra mui trivial  Nos vemos em produto capital Ensinam assim, já no pré-natal. Nos privam do direito seminal  de viver na paz e com moral Escolhendo a pureza do plural Oferecem uma vida fútil, banal Aparentemente bela e real Belo mundo, nosso umbigo e quintal. Nos entupimos de falso ideal Esquecemos do que é imortal Do que é sagrado, sacerdotal E nos conformamos com uma tal  niilista prece: bem versus mal

Doce Cotidiano

Quem mais poderia ser Que tais linhas há de tecer Em meio ao conturbado dia Que ainda preza pela harmonia Que encanta a todos com alegria Tenta de tudo rir e torcer Que melhor possa ser O próximo amanhecer Sem métrica Sem estética Só com a boa intenção Uma rima, um sorriso Um coração Como uma oração Como o saltimbanco e sua canção Como um amador No anseio de ser professor Da arte de articular Prosa para comunicar Nada que o devaneio Que o inútil anseio Podia vir a passar E tempo gastar Sem mais esperar A hora de me despedir Ir para casa e enfim dormir! Sonhar, sonhar, sonhar Ao amanhecer acordar Tudo recomeçar Criar, criar e recriar A mesma rotina de enrolar Até a hora chegar De novamente me despedir Ira para casa e enfim dormir

Pé de Umbu

O imenso pé de Umbu nos mostra. Ensina como ser e agir. Ter perseverança. Mesmo com a ação do tempo, do desastre, do mal ou da vingança. Mesmo preto de queimada, alagado, cortado assim. Renasce fé, amor, esperança. Sem mesmo mostrar um mero verde, sem ter chance enfim, viravolta, criança. Frondosa lição de vida, superação, pujança.

Alma criança

Hoje é calmo o que ontem não era  Só na esperança de um sorriso teu  Natureza reflete os sonhos e dançava ao léu  Já não me assusta, a luz já se fez lá no sol  Alcança criança dentro de mim  Enfim brinca brincando assim  Esperando momento e crê que chegou Mergulhar de cabeça nesse grande amor

Postuma prece

Assim, quando morreres, desejo que veja saboreado o aroma doce azulado da mais bela sensação. Desejo ainda assim, que tateei o doce engraçado, que de mais sagrado tino, se exalou dum fino quadro. A moça do bom costume, que ouça o colorido perfume do mais veludo prato de pão. Teatro, fruto da imaginação. Se perceberes tal moção, que o olfato veja macio. Vem e brota da escuridão Uma sinfonia de cereja anil. E que no derradeiro instante uma trombeta verde gigante te acolha pelos sentidos. Mais sincero que tenha vivido e que no céu infinito adentre tal qual acredite. Seja triunfante, constante, sem fim. Seu derradeiro e belo instante. Amém.

A mea culpa

Sinto-me bem realizado nos outros o que tentei realizar em mim e fracassei. O que tentei realizar pelos meus, realizo pelos outros com êxito. E isso me deixa feliz, tranquilo. Parece que cumpri meu dever paliativo de ajudar. Atenuo a minha pena. Minimizo meus erros. Pago minhas culpas. Ver o outro crescer é a melhor forma de ver o que perdi não me ouvindo ou que minha família perdeu não me ouvindo. Se disse algo útil... Fazer por alguém equilibra o não fiz por mim. E assim me aprendo por conseqüência. Me completo, completando o mundo.